E uma pergunta tão simples fez-me dar a volta a estes 5 anos e meio de vida académica, dei voltas às fotografias, e juro que em Setembro quando estive em Évora já não suportava mais praxes!
Mas depois de uns segundos, é o tempo necessário para um flashback, respondi: "Poder posso, mas eu nunca meti nada na capa."
Quando respondi isto, fiquei a pensar porque nunca quis meter, e nunca fez sentido para mim meter, e alegro-me por conseguir ter permanecido com a mesma ideia até aos dias de hoje, se amanhã começasse a trajar ia ter a mesma ideia. Cada um é dono da sua capa e faz dela o que quiser, se a quer mais com aspecto de "árvore natal", se só mete as localidades dos amigos, se usa as regras "conhecidas" de Lisboa, se a opção do uso ao traje é facultativa então o que cada um faz com o seu é lá com cada um.
Eu lembrei-me do dia em que prometemos não usar nada na capa, porque "capa negra é negra, não tem insígnias.", mantive isso até hoje e irei continuar sempre que usar a capa.
Lembrei-me ainda um ano depois, do meu melhor amigo me dizer "Não vou meter nada na capa, tal como tu. Se não meteste também não vou meter, porque se não fosses tu não estava aqui e nem queria saber disto."
Não foi preciso nenhuma cerimónia oficial para ele me dizer isto, bastou uma conversa banal qualquer como quem se cruza em casa, mas bastou-me para ainda hoje me lembrar disso e sorrir.
Eu não usei símbolos na capa porque "em Coimbra a tradição é não usar", ou porque "isso é em Coimbra", eu defendo e defendo bem, com unhas, dentes e tudo o que puder, a minha camisola, e a minha camisola diz Universidade de Évora. Eu não uso símbolos porque na altura aquele trato teve todo o sentido, e mesmo que tudo tenha mudado, o certo é que esse sentido permaneceu, e a minha posição permaneceu também: "Capa negra é negra!"
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